quarta-feira, 28 de abril de 2010

A SENSATEZ EM NOSSAS DECISÕES

Todos os dias, precisamos tomar nossas decisões e algumas delas, às vezes, são assumidas sem profundas avaliações sobre as consequências que poderiam trazer para a nossa vida. Dentro da vida conjugal, com o passar dos anos, vamos percebendo que as decisões vividas em casa são mais tranquilas quando há um consenso entre marido e mulher, as quais vão desde aquilo que será colocado no carrinho de compras até a maneira de educar os filhos.

Divergências podem surgir, especialmente, quando decidimos por nós mesmos o que fazer, pois, diante da possibilidade de erro, o nosso cônjuge poderá nos culpar, dizendo: “Era óbvio que isso não ia dar certo!”. A vida a dois se torna mais fácil quando o casal percebe que a sensatez se encontra na concordância entre marido e mulher, os quais, de maneira harmoniosa, a estabelecem dentro do relacionamento.

Contudo, independentemente do nosso estado de vida: solteiro, casado ou viúvo, no momento em que estamos imbuídos de fazer alguma coisa, a impulsividade nos incita a fazer aquilo que mais nos agrada ou nos parece mais fácil. Na tentativa de fazer acontecer a nossa vontade, focamos nosso objetivo em uma única opção, a qual acreditamos ser a melhor alternativa e, dessa forma, nos arriscamos. Por muitas vezes, obstinados em nossa verdade, fechamos os ouvidos para qualquer outro parecer diferente daquilo que achamos ser o certo; e cegos nesse propósito, podemos perder a noção sobre a real importância do que decidimos realizar.

Como indivíduos, temos o direito de formar nossa própria opinião acerca das coisas, mas temos de ter noção dos impactos causados por nossas atitudes em nossas vidas, como também na vida daqueles que estão ao nosso lado. No trânsito, vemos, com frequência, conversões perigosas, ultrapassagens forçadas, simplesmente para economizar alguns minutos, muitas vezes, em nada significativos para a viagem. Todavia, estariam os passageiros desses veículos cientes e unânimes em acolher para si as consequências da decisão assumida pelo motorista?

Sabemos que algumas atitudes impensadas, tomadas deliberadamente por nós, de alguma maneira, tiveram grandes consequências, cujos reflexos ainda repercutem em nossas vidas, no ambiente de trabalho, na família e até podem ter ofuscado nossa imagem perante outras pessoas.

Diante das futuras situações, simples ou complexas, tomemos como tática a partilha de opiniões com o outro sobre aquilo que pretendemos fazer. Assim, evitaremos que a ausência de sensatez nos faça tomar os pés pelas mãos com atitudes que poderão comprometer a nós e ao nosso semelhante. Para isso, colher informações sobre os fatos, estudar o que temos nas mãos, determinar os prós e os contras sobre aquilo que se pretende assumir são sinais de maturidade, equilíbrio e prudência.

Um abraço

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Dado Moura
contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

primeiro de abril

1º de abril, um dia para se falar a verdade

Precisamos testemunhar a verdade

O folclórico dia da mentira tem sua origem na confusão de um calendário. O fato ocorreu por volta do século XV, quando o então rei da França Carlos IX decretou o início do ano corrente como o 1º de Janeiro, seguindo o calendário gregoriano.

Alguns camponeses e povoados mais distantes do rei não acreditaram no decreto e continuaram a celebrar o início do ano em 1º de Abril, isso fez com que passassem a ser ridicularizados pelo restante da população com brincadeiras de notícias mentirosas. Estas “peças” passaram a fazer parte da celebração do 1º de Abril que, ao longo do tempo, tomou conta de toda a França e do mundo, ora com o nome de “dia da mentira”, ora como o “dia dos tolos”.

Hoje, o dia da mentira é tido como uma brincadeira. Com a globalização, a data ganhou destaque em importantes meios de comunicação e, com o advento da internet, agências de notícias famosas fizeram circular notícias bizarras como forma de celebração desse dia.

Brincadeiras e folclore à parte, a verdade é que mentira pode provocar consequências desastrosas para um País, para uma família, uma empresa, uma pessoa. Como dizia Gandhi: “assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.”

No Brasil, por exemplo, sofremos há anos as consequências da falta de transparência de nossos governantes. A mentira está a serviço da corrupção, que é a maior vilã de nossa sociedade. Os princípios que regem a mentira, o juízo falso de valores e o engano proposital são os geradores de grande parte das mazelas sociais que os brasileiros já testemunharam. A impunidade, a violência, principalmente nas cidades de porte médio, antes locais seguros, só têm crescido na última década, ao mesmo tempo em que os investimentos na saúde pública são ainda desproporcionais à demanda, e a educação não é vista como prioridade para o desenvolvimento do país.

A nossa sociedade está sofrendo também as consequências do abandono e do esquecimento da verdade e dos valores cristãos. No dia da mentira é verdade que não temos mais tempo para nossos filhos, é verdade que não nos reunimos em família, não temos tempo para ir à Igreja, é verdade também que a dignidade e o direito mais básico, o de viver, já não faz tanto sentido. De fato, temos aqui muitos motivos para neste 1º de Abril lamentar as consequências da mentira em nossas vidas.

Mesmo que no dia 1º de Abril contemos alguma mentiras para não deixar passar em branco esta “brincadeira”, a verdade é que temos sede de sinceridade, queremos a confiança, queremos reciprocidade, queremos nos manifestar tal como somos, pois não aguentamos por muito tempo a dissimulação, a falsidade e a corrupção. Algo dentro de nós grita pelo verdadeiro e autêntico. No fundo, todo homem anseia viver em comunidade para partilhar a verdade e a justiça.

Jesus disse: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará (João 8, 32). Aprendamos que só a verdade nos torna pessoas livres, o bem mais precioso para o homem. É na liberdade que começa e termina todos os nossos caminhos, ela é a pérola do nosso querer.

No dia da mentira precisamos redescobrir a nossa vocação de testemunhar e comunicar a verdade. Não suportamos mais o que o Papa Bento XVI classificou como a “ditadura do relativismo”, queremos mesmo é a liberdade que vem pela verdade. Vivemos tempos de desconfiança e opressão pela mentira, ora lá, ora cá, nos perguntamos se não estamos sendo enganados, pois quem sabe nos acostumamos com o falso...

No dia da mentira só me resta dizer: Brasil, lute pela verdade!